A UE alerta para "sanções maciças" contra a Rússia se não houver trégua.

A União Europeia pode ter como alvo os setores bancário e petrolífero da Rússia se Moscou não aceitar um cessar-fogo de 30 dias para iniciar as negociações com a Ucrânia, alertou o ministro das Relações Exteriores francês, Jean Noël Barrot, no domingo.

Se o presidente russo Vladimir Putin "não aceitar o cessar-fogo, teremos que ir mais longe com um novo pacote de sanções e atingir os setores financeiro e petrolífero", disse Barrot em entrevista à emissora pública France Inter.

Barrot observou que o trabalho já está em andamento nos Estados Unidos nesse sentido, já que o senador republicano Lindsey Graham, aliado do presidente Donald Trump, tem o apoio de mais de 70 senadores para um projeto de lei que imporia tarifas de 500% aos países que comprassem petróleo, gás ou urânio da Rússia.

Com esse apoio, o Senado poderia aprovar o texto mesmo que houvesse um veto presidencial, observou o ministro francês.

A cúpula de ontem entre a Ucrânia e seus aliados europeus em Kiev emitiu um ultimato a Moscou para aceitar um cessar-fogo incondicional de 30 dias, durante o qual as negociações de paz seriam iniciadas.

Caso contrário, Moscou foi avisada sobre novas "sanções massivas".

Putin propôs hoje iniciar negociações diretas com a Ucrânia na próxima quinta-feira em Istambul, mas sem um cessar-fogo.

Barrot considerou que isso era "um passo na direção certa", embora o considerasse insuficiente, já que "não se negocia sob a influência de bombas".

Ele lembrou que, três anos atrás, ambos os lados estavam conversando na Turquia quando ocorreu o massacre de civis ucranianos em Bucha.

"Sim às negociações, mas primeiro um cessar-fogo", reiterou.

Barrot expressou sua "convencimento" de que Washington promoverá o início das negociações depois que a reunião em Kiev marcou "um passo decisivo" em direção à paz.